O Ministério da Saúdepropõe reduzir parcialmente o isolamento em cidades e estados com metade dos leitos e estrutura de saúde vagos. A medida, de acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira (6), passaria a valer na segunda-feira (13).
A partir da próxima semana, portanto, cidades com mais de 50% da capacidade de atendimento médico disponível poderiam passar do Distanciamento Social Ampliado (DSA) para uma transição ao Distanciamento Social Seletivo. Veja a diferença entre os dois, de acordo com documento do ministério:
Distanciamento Social Ampliado (DSA): Estratégia que não tem limitações apenas para grupos específicos - todos os setores da sociedade devem permanecer em isolamento.
Distanciamento Social Seletivo (DSS): Apenas alguns grupos ficam isolados. Pessoas com menos de 60 anos e sem condições que elevam o risco de casos graves poderão circular livremente.
As cidades que não apresentarem mais de 50% dos leitos vagos, entre outros critérios médicos, deverão manter o Distanciamento Social Ampliado até a estabilização do sistema de saúde.
"Hoje publicamos informações sobre o Distanciamento Social Ampliado, Distanciamento Social Seletivo, e Bloqueio Total (lockdown). As medidas são temporárias, localizadas e o governo federal está fazendo de tudo para que elas sejam minimizadas ao máximo possível", disse nesta segunda-feira Wanderson Oliveira, secretário de vigilância em saúde do ministério, em entrevista a jornalistas. A apresentação da nova estratégia ocorre após uma mudança de tom de Jair Bolsonaro a respeito do isolamento social. Na terça-feira (31), o presidente fez pronunciamento em rede nacional em que não criticou diretamente as medidas do Ministério da Saúde. No domingo (29), no entanto, passeou por Brasília e entrou em contato com cidadãos da cidade. A pasta e o presidente têm discordado em algumas medidas no combate ao coronavírus no Brasil.
O presidente teria dito que alguns ministros viraram "estrelas" e falam "pelos cotovelos". O presidente afirmou também que a caneta dele funciona. Sem mencionar nomes, disse que "a hora deles [em referência a esses ministros] ainda não chegou. Vai chegar".
"Ameaça não dá. O presidente tem de tomar uma decisão", afirmou Mandetta, segundo interlocutores, em telefonemas aos ministros Braga Neto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) depois da manifestação de Bolsonaro, transmitida ao vivo por uma rede social.
Estado de SP mantém quarentena
Mais cedo, o governo de São Paulo ampliou a quarentena até o dia 22 de abril. A medida segue sem flexibilizações, e foi tomada para conter o avanço do coronavírus no estado. A determinação será publicada no Diário Oficial desta terça-feira (7).
"Sim, a prorrogação da quarentena será feita em São Paulo por mais 15 dias, do dia 8 até o dia 22 de abril, pelo conjunto de razões que já foram claramente expostas", afirmou o governador João Doria.
Ele ainda afirmou que os prefeitos têm a obrigação de seguir a orientação e usar o "poder de polícia em caso de desobediência".
"Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade ou área do estado de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir", afirmou.
"Isso é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida. Ela deve ser seguida por todos os municípios do estado", completou.
Situação no Brasil
O último balanço dos casos de Covid-19 divulgados pelo Ministério da Saúde aponta:
553 mortes
12.056 casos confirmados
4,6% é a taxa de letalidade
No domingo (5), havia 486 mortes e 11.130 casos confirmados. Em relação ao balanço anterior, foram acrescentadas 67 mortes e 926 casos confirmados.
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