O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), falou nesta segunda-feira (20) sobre o novo decreto publicado por ele para conter o coronavírus. Em pronunciamento, ele afirmou que Goiás tem resultados melhores que os previstos em relação à pandemia, explicou o motivo da liberação de funcionamento de alguns setores, mas reforçou a necessidade do isolamento.
Caiado afirmou que, atualmente, vive-se o que ele chama de "novo normal". Ele destacou que é importante manter a quarentena porque o "vírus não dialoga". "O primeiro comunicado ao povo goiano é que estamos mantendo o isolamento social. Segundo, que nós vivemos hoje aquilo que definimos como sendo o novo normal. Significa uma nova prática, um novo momento, uma nova era. O vírus não senta para conversar, não dialoga. E como tal, não faz concessões com quem quer que seja", afirmou. O governador destacou que as liberações de funcionamento foram motivadas por um plano estratégico. Ele afirmou ainda que Goiás foi o primeiro estado do país a decretar a quarentena mesmo não tendo nenhum caso confirmado e que essa medida foi importante para controlar a situação da pandemia.
"Existe uma projeção de como vamos sair da quarentena e do isolamento social. A saída não é abrupta. Seguiria o curso de uma curva projetada para que não perdêssemos o atendimento e a força de trabalho para ajudar as pessoas", destaca. "Para se ter uma ideia, traçamos uma curva ideal. Em 30 dias, estamos melhor que a curva ideal. Repito, estamos em uma situação melhor do que aquela que projetamos como sendo a ideal", completou.
O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, afirmou que Goiás tem, atualmente, a menor taxa de internação hospitalar do Brasil, analisando-se leitos gerais e de terapia intensiva. Ele destacou que nenhuma atitude é tomada com base em "achismos" e revelou a dificuldade para equipar os hospitais.
"[A compra] dos EPIs começou a reagir, apesar do preço estar muito alto. Quanto aos ventiladores e respiradores, a indústria não entrega nada antes de 45 dias. É uma dificuldade em Goiás e no mundo todo", conta. 'Ninguém vai morre de fome' Após o pronunciamento, Caiado concedeu entrevista coletiva. Questionado sobre quais os "méritos" de Goiás ter um baixo índice de mortes por Covid-19, ele citou a conscientização da população e a divulgação de campanhas educativas por parte da mídia.
Ele disse ainda que "jamais" pode-se fazer a relação de que uma pessoa sem emprego morrerá de fome e se amparou na agricultura para justificar seu raciocínio.
"Todos nós sabemos, ninguém vai morrer de fome. Existe escassez de alimentos? Nós estamos produzindo a maior safra do mundo hoje. Goiás bate recorde de produção. O Brasil bate recorde de produção. Então, ninguém vai morrer de fome", pontuou.
"Qual é o país onde o coronavírus passou que a economia não foi altamente penalizada? Estados Unidos passam de 40 mil mortos. Itália dizimada. Para eles vai ser mais fácil de recuperar a economia? É uma lógica totalmente desumana", completou.
O político disse que há possibilidade de editar novos decretos liberando ou proibindo determinadas atividades, desde que atendam critérios estabelecidos. "É algo como você dosar o medicamento. A mesma dose acima do necessário é um veneno e a dose abaixo não faz efeito. Tem que ter equilíbrio", comparou.
Caiado afirmou que não é possível reabrir as lojas da Região da 44 já que o local recebe cerca de 120 ônibus de outros estados por semana, uma vez que isso ia aumentar a disseminação em Goiânia.
Indagado a respeito da retomada de competições esportivas, em especial o Campeonato Goiano de Futebol, refutou a possibilidade: "Jogar futebol com máscara é uma coisa complicada. Não vejo essa condição da prática de esporte de competição".
Sistema de saúde Caiado disse que este primeiro mês de isolamento serviu para avançar em projetos na área de saúde "não definitivamente concluídos, mas em fase avançada", promovendo a regionalização do setor no estado.
Ele explicou que os municípios de Jataí, Formosa, São Luís de Montes Belos e Luziânia transferiram a gestões de hospitais para o estado, além da Justiça repassar uma unidade de saúde de Itumbiara, e a prefeitura de Porangatu fazer uma parceria no mesmo sentido. Ele também citou a construção do Hospital de Campanha em Águas Lindas de Goiás.
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